sexta-feira, 5 de julho de 2013

Médicos pela saúde

NOTÍCIA

No dia 3 de julho, quarta-feira, médicos e estudantes de medicina realizaram o “Dia de Mobilização Nacional dos Médicos e a Caminhada pela Saúde”. A caminhada começou no Museu da História da Medicina (MUHM), próximo ao Hospital Beneficência Portuguesa, e foi até o Palácio Piratini. Lá, os presidentes da AMRIGS, Dirceu Rodrigues, do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes e do CREMERS, Rogério Aguiar foram recebidos pelo Presidente da Assembleia Legislativa, Dr. Pedro Westphalen e pelo Secretário de Saúde, Dr. Ciro Simoni. O governador, Tarso Genro não estava presente. Simoni se prontificou a marcar uma audiência entre os líderes das entidades médicas e o governador.

Os médicos, residentes e estudantes de medicina reivindicam investimento de pelo menos 10% da receita da União no Sistema Único de Saúde (SUS) – cumprindo com a Emenda 29 –, a regulamentação da carreira de médico do estado (PEC 454) e a obrigatoriedade do Revalida para os médicos estrangeiros que quiserem trabalhar no Brasil.

DISCUSSÃO

Muita confusão foi criada acerca do posicionamento das entidades médicas quanto a vinda de médicos estrangeiros para atuarem no SUS. O pronunciamento feito pela presidente, Dilma Rousseff no dia 21 de junho deixou profissionais da saúde descontentes. Opiniões enfurecidas manifestadas nas redes sociais – em grande parte por estudantes de medicina – geraram ataques daqueles que apoiam a atitude do governo. Comentários raivosos, que não conseguiram expressar as verdadeiras causas de indignação, se sobrepuseram àqueles mais preocupados e, por isso, se faz necessário um esclarecimento.

A categoria médica não é contrária à vinda de médicos estrangeiros, porém espera que estes profissionais passem pelo exame de revalidação do diploma. Não se trata de reserva de mercado, como apontam críticos, e sim da comprovação de que o profissional está apto a exercer a medicina no Brasil. Existem doenças aqui que podem não ser encontradas no país de origem do candidato a atuar no país. O Revalida serve também para equiparar conhecimentos.

Mas esta é a ponta do iceberg. A promessa da presidente de 10 mil médicos estrangeiros para a saúde e 100% dos royalties para a educação choca por dois motivos. O primeiro é conhecido: a falta de leitos, material equipamento e infraestrutura dos hospitais não podem ser resolvidos apenas com médicos. O segundo toca diretamente nos recursos financeiros. Ao propor um projeto que destinaria 100% dos royalties do petróleo para a educação, Rousseff vai de encontro a outro projeto, recentemente aprovado no Senado, que destina 25% dos royalties para a saúde e 75% para a educação. O projeto da presidente cortaria verbas que, hoje, seriam destinadas à saúde.

A preocupação do médico é, e sempre foi, com o paciente. É pelas pessoas e por melhor atendimento em saúde que protestam, ainda que no calor do momento alguns não consigam se expressar de forma clara e polida. É por conhecerem a precariedade do sistema de saúde e saberem que há casos em que cada minuto perdido conta. E é, também, por não desejarem perder mais um paciente por conta do descaso com a saúde pública.

Nenhum comentário:

Postar um comentário